sexta-feira, 4 de maio de 2012

CEARÁ: Líder da greve da PM pede habeas corpus preventivo



Capitão Wagner diz não ter sido notificado sobre mandado de prisão. Tribunal de Justiça confirma processo contra líder da greve no Ceará.
O deputado estadual do Ceará e policial militar capitão Wagner Sousa pediu nesta segunda-feira (30) habeas corpus preventivo. De acordo com o Tribunal de Justiça do Ceará, há um processo contra o líder da greve da Polícia Militar no Ceará, encerrada em 4 de janeiro. O policial, no entanto, afirma que ainda não foi formalmente notificado.
"Isso [habeas corpus preventivo] vai evitar que, se ocorrer a prisão, em nenhum momento vou me esconder. Vou me entregar até porque eu não diz nada demais. A população sabe que o capitão Wagner praticou, que foi reivindicar melhorias para a sua categoria", afirma o policial.
O líder da greve convocou os policiais para uma reunião da categoria que deve ser realizada no dia 26 de maio. O encontro, segundo capitão Wagner, será realizado para cobrar reivindicações prometidas pelo governo do estado com o fim da greve.
"Não se trata de nenhuma greve, nós vamos reivindicar as promessas feitas que ainda não foram cumpridas", diz capitão Wagner. Uma das promessas, segundo o policial, é anistia aos policiais que participaram do movimento grevista, considerado ilegal para a categoria. Em 9 de fevereiro, a Assembleia do Ceará aprovou a anistia dos policiais.
Na avaliação do presidente da Associação de Cabos e Soldados da Policiais Militares do Ceará, cabo Flávio Sabino, a aprovação indica que o que o governo "está avançando passo a passo, mas ainda faltam pontos a serem acertados". "Até o momento o governo tem cumprido todos os pontos acordados. Mas ainda esperamos o reajuste da carga horária semanal de 40 horas, recebimento do pagamento de horas extras, reestruturação das promoções e vale alimentação de R$ 10", diz Sabino. Atualmente os PMs do Ceará trabalham em média 48 horas semanais e vale alimentação diário de R$ 6.
O presidente da associação diz também estar "confiante" de que o governo vai atender as demais reivindicações da categoria. "Nós entendemos que o governo não tem apenas a demanda da Polícia Militar. Estamos avançando de forma lenta, mas estamos confiantes de que teremos as reivindicações", diz.
Entenda o caso
No dia 29 de dezembro parte dos policiais militares e bombeiros do Ceará decidiram paralisar as atividades até se reunirem com o governador Cid Gomes para ouvir as reivindicações da categoria. Durante a paralisação, os funcionários ficaram acampados no 6º Batalhão da Polícia Militar.
Os policiais e bombeiros reivindicavam aumento salarial reajuste salarial de 80% em quatro anos, sendo aumento de 20% em cada ano. Eles também pedem promoções e redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, além da anistia para os manifestantes. Os policiais usaram carros da companhia para bloquear a rua que dá acesso ao Batalhão e esvaziaram os pneus dos veículos.
Após uma reunião, em que o governo concedeu a incorporação da gratificação ao salário e atendeu outras reivindicações, PMs e bombeiros encerraram a paralisação no dia 4 de janeiro.



Fonte: G1 CE - 30.04.2012

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