terça-feira, 24 de abril de 2012

SP: Policiais da região recorrem à Capital para aumentar renda.

Três vezes por semana, Paulo (nome fictício) acorda às 4h30, toma banho, veste a farda da Polícia Militar e pega o trem em Santo André. O destino é o bairro da Lapa, na Capital, onde cumpre a rotina de andar pelas ruas do local, fiscalizar o comércio popular e flagrar a possível presença de camelôs. Soldado há sete anos, ganha R$ 150 a mais por dia de trabalho, o que ajuda a incrementar o salário mensal de pouco mais de R$ 2.000.
Assim como ele, cerca de 1.500 policiais da região - 37,5% do efetivo de cerca de 4.000 homens - aderiram àOperação Delegada, convênio firmado entre a prefeitura da Capital e a corporação que permite aos policiais atuarem na fiscalização e combate ao comércio irregular fora do horário de serviço. É o chamado ‘bico' oficial. Nenhuma cidade da região ainda aderiu ao sistema.
Firmado em 2009, o acordo envolve as 31 subprefeituras e prevê a participação de mais de 4.000 policias por dia nos pontos onde já foi registrada presença de camelôs. Toda a despesa é bancada pelo poder municipal, mas a escala de atuação é definida pelo comando da corporação. O horário de trabalho é encaixado dentro das 36 horas de folga que o policial tem direito a cada 12 em que trabalha em suas funções rotineiras.
"Se você me perguntar, é claro que gostaria de poder fazer isso na minha cidade. Mas preciso ganhar dinheiro, o jeito é ir até a Capital mesmo", disse outro soldado, que mora em Mauá e já se habituou a pegar o trem e seguir para a Capital quando precisa de ‘engordar' o salário.
Segundo o comando, não há restrição de que apenas policiais da Capital e de Mogi das Cruzes, a outra cidade onde há a Operação Delegada, possam participar do convênio. Basta aos interessados se cadastrarem quando há vagas abertas. Por isso, é comum policias do Interior e Litoral viajarem para poder trabalhar.
Por mês, o policial pode trabalhar até 96 horas no ‘bico' oficial. Segundo a Polícia Militar, o objetivo é evitar que o policial se desgaste. "Essa atividade também dá segurança jurídica para os que querem fazer um trabalho extra. É melhor do que se expor em serviços onde não terão respaldo", disse o tenente-coronel José Belantoni Filho, comandante interino da região.

Fonte: DGABC

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