quarta-feira, 14 de março de 2012

Mulher melancia, mulher filé, aonde está a mulher caráter?


Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Pastoral do boletim da IB Central de Macapá, 27.2.11

 

Ouvia o noticiário, enquanto me arrumava para sair. Ouvi que a “Mulher filé” fora assaltada e agredida. Ignorava esta. Sabia da Mulher melancia, e de outra cuja fruta não guardei. Deve haver mulher pequi (desculpem-me, goianos, mas o cheiro deve ser de doer).


Que pobreza! Mas é um quadro de nossa época. O valor da mulher é medido pelo volume de certas partes de seu corpo. E algumas se tornaram ridículas. A tentativa de algumas de terem os lábios de Angelina Jolie produziu mulheres deformadas.

Não sou casado com mulher feia. Pelo contrário. Ano após ano, a beleza dela se apura. Digo de brincadeira (mas sendo verdade), que a mulher é bonita mesmo após os quarenta. Com vinte, todas têm a obrigação de o serem. Mas o tempo mostra a verdadeira beleza. Vinicius de Moraes disse “as feias que me perdoem, beleza é fundamental”. Mas beleza é subjetivo. No filme "Os deuses devem estar loucos", o personagem central, um aborígine africano, se choca ao ver uma loira, autêntica beldade de Hollywood. Ela lhe parece descascada. O cabelo é cor de palha. Ela é grande e deve precisar de muita comida para funcionar. Seu critério de beleza difere do de um ocidental.

Ter boa estética é bom. Somos entes estéticos. Mas se o valor de uma pessoa é  silicone, ela é muito pobre. Porém, há algo duradouro e não desgastável: o caráter. Por isso pergunto: “E a mulher caráter”? Sumiu. O que não é de se estranhar numa sociedade materialista e sensual como a nossa. A ética foi substituída pela estética. Caráter não importa. Importam os sentidos. A mulher foi coisificada e virou uma peça de carne pendurada num açougue chamado “Exibicionismo”, aplaudida por erotizados.

Beleza é uma coisa. Cuidar do corpo também. Cultuá-lo é pobreza. Johnny Weissmuller, que fez Tarzan no cinema, coitado, morreu louco. Perdeu o papel ao envelhecer. Mas caráter cultivado e valorizado não se perde.

O animal é o seu corpo. O homem tem o seu corpo. Você é mais   que   corpo.  É a  alma. E viverá após o corpo voltar ao pó. Cuide da alma com mais zelo. Vale a pena.


A Drª Ana Joaquina de Goiania diz:

Gostei da matéria.. é a visão de um homem diante da desvalorização das mulheres de nosso tempo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário